O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) participou do 1º Simpósio Internacional de Combate a Incêndios Florestais com Emprego do Poder Aeroespacial (Aerofire), realizado em Brasília, onde apresentou sua experiência no uso de aeronaves como estratégia fundamental no combate aos incêndios florestais. A atuação tem sido decisiva para que o estado registre, em 2025, os menores índices de focos de calor dos últimos 27 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O evento ocorreu nos dias 18 e 19 de novembro com o objetivo de fomentar inovação, cooperação e preparo estratégico. Especialistas nacionais e internacionais, pesquisadores, gestores públicos, Forças Armadas, Corpos de Bombeiros, ONGs e representantes do setor privado estiveram reunidos para discutir soluções modernas e eficazes no enfrentamento aos incêndios florestais.
O CBMMT foi representado pelo comandante-geral, coronel BM Flávio Glêdson Vieira Bezerra, piloto de combate aéreo a incêndios florestais. Ele apresentou o modelo estadual de gestão de recursos aéreos, aplicado especialmente nos biomas Pantanal e Amazônia ao longo deste ano.

Modelo integrado e pioneiro
A estratégia de Mato Grosso segue padrões internacionais e é baseada na atuação direta do Grupo de Aviação Bombeiros Militar (GavBM), aliado à integração com o setor produtivo via Sistema Integrado de Cadastro de Recursos para o Combate a Incêndios Florestais (Sicraif). Atualmente, o estado conta com uma estrutura de 52 aeronaves disponíveis para apoio, garantindo resposta rápida e coordenada em todo o território.
Durante a apresentação, o coronel destacou que, somente em 2025, aeronaves de asa rotativa e modelos Air Tractor acumularam cerca de 855 horas de voo, com o lançamento aproximado de 5,4 milhões de litros de água sobre áreas de risco, principalmente no Pantanal.
Além do combate direto, as operações aéreas desempenharam funções essenciais, como transporte de equipes, extração emergencial de militares, infiltração em áreas de difícil acesso, identificação rápida de focos de calor, busca e resgate, além do salvamento de animais silvestres.
Essa agilidade foi determinante para impedir que ocorrências isoladas evoluíssem para grandes incêndios florestais, fator que contribuiu significativamente para os resultados positivos do ano.
Redução histórica nos focos de calor
Desde o início do período proibitivo do uso do fogo, em 1º de junho, até a primeira quinzena de outubro, Mato Grosso registrou redução de 96,4% nos focos de calor em comparação ao mesmo período do ano anterior. O Pantanal, em especial, manteve-se como o bioma mais preservado.

Debates internacionais e novas tecnologias
Além da participação do CBMMT, o simpósio contou com painéis estratégicos, apresentações institucionais, demonstrações tecnológicas e mesas-redondas com representantes de países referência no tema, como Colômbia, Chile, Peru, Portugal e Rússia, que compartilharam suas experiências em prevenção, monitoramento e resposta aos incêndios florestais.
O Aerofire reforçou a importância da cooperação internacional e do investimento em tecnologias aéreas como pilares fundamentais para enfrentar eventos extremos que têm se tornado cada vez mais frequentes em biomas sensíveis como o Pantanal e a Amazônia.
Fonte: Comunicação CBM-MT



