Durante a abertura do 6º Seminário de Manejo Integrado do Fogo, realizado nesta terça-feira (2) no auditório do Imasul, o Governo de Mato Grosso do Sul reforçou que, mesmo com a expressiva redução das áreas queimadas nos últimos anos, o trabalho de prevenção não pode desacelerar. O encontro, que reúne especialistas, gestores ambientais e instituições parceiras, tem como foco a elaboração técnica do Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) no estado.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, lembrou que Mato Grosso do Sul foi pioneiro no desenvolvimento do Manejo Integrado do Fogo, metodologia que posteriormente se tornou referência nacional. Ele alertou, porém, que a diminuição dos incêndios não elimina o risco. “Quando um ano registra milhões de hectares queimados e, no seguinte, a área cai drasticamente, muitos consideram pouco. Mas cada hectare importa. Incêndio é um problema permanente e exige preparação o ano inteiro”, afirmou.
O evento também contou com a participação do diretor-presidente do Imasul, André Borges, que destacou o avanço do estado em governança ambiental. Ele ressaltou que o manejo integrado é uma ferramenta estratégica para proteger os biomas e reduzir danos. “Trabalhamos com ciência, planejamento e integração. É uma política moderna, eficiente e alinhada às melhores práticas internacionais”, disse.


Na programação técnica, o pesquisador da UFMS, professor Geraldo Damasceno, apresentou o PMIF do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, resultado de um trabalho iniciado há quatro anos em parceria com o Imasul. Segundo ele, compreender a dinâmica do Pantanal é essencial para aplicar o fogo de forma adequada. “No imaginário coletivo, fogo e áreas alagáveis não combinam, mas no Pantanal eles coexistem. Entender essa relação é determinante para prevenir grandes incêndios”, explicou.
O gerente de Unidades de Conservação do Imasul, Leonardo Tostes, reforçou que o PMIF eleva o planejamento territorial e a segurança ambiental. Para ele, o manejo integrado permite pensar o território como um sistema, alinhando ecologia, práticas culturais e a realidade das comunidades pantaneiras.
Com a nova regulamentação estadual, o PMIF passa a ser obrigatório para orientar o uso do fogo, dar segurança jurídica às práticas autorizadas e integrar fatores ambientais e sociais. A queima prescrita, importante para reduzir biomassa acumulada, ganhou regras claras, podendo ser licenciada de forma individual ou integrada ao plano. Em áreas de até 10 hectares destinadas à capacitação, o licenciamento será simplificado e isento de taxas.
O 6º Seminário segue com oficinas técnicas, debates e apresentações até esta quarta-feira (3), consolidando Mato Grosso do Sul como referência nacional em políticas de prevenção e manejo do fogo.
Fonte: Semadesc
Fotos: Mairinco de Pauda



