Conhecido mundialmente como o “Santo da Ecologia”, São Francisco de Assis tem sua figura especialmente reverenciada no Pantanal, bioma onde a relação entre pessoas, animais e ambiente é parte essencial da vida cotidiana. A tradição franciscana de respeito e cuidado com todas as formas de vida dialoga diretamente com a realidade pantaneira, marcada pela convivência harmoniosa entre fauna, paisagens naturais e comunidades locais.
A escolha de São Francisco como símbolo de proteção ambiental não é recente. Em 1979, ele foi oficialmente declarado pela Igreja Católica como Padroeiro da Ecologia, reforçando seu legado associado ao cuidado com a criação, à simplicidade e à proteção de animais e ambientes naturais. Seu Cântico das Criaturas, escrito no século XIII, é considerado um dos primeiros textos ecológicos da história cristã.
No Pantanal, essa devoção encontrou um cenário ideal. Além de ser uma terra onde a biodiversidade é protagonista, o bioma enfrenta desafios crescentes, como queimadas, mudanças climáticas e perda de habitat. Assim, São Francisco se tornou uma referência espiritual para guias, ribeirinhos, pescadores e pesquisadores que dedicam suas vidas ao estudo e à preservação da região.
Um dos maiores símbolos dessa devoção é o Monumento de São Francisco de Assis localizado no Portal da Transpantaneira, em Poconé. Posicionado na entrada da estrada-parque que leva ao coração do Pantanal, o monumento se transformou em um marco cultural, religioso e ambiental. A imagem dá boas-vindas aos visitantes e é parada obrigatória para turistas, fotógrafos e trabalhadores que percorrem os 147 km da rodovia.
Instalado como gesto de fé e proteção, o monumento representa a esperança de jornadas seguras e celebra a convivência tradicional entre seres humanos e a fauna pantaneira, incluindo jacarés, capivaras, araras e a emblemática onça-pintada. Para muitos pantaneiros, ele simboliza o pedido para que São Francisco proteja tanto as pessoas quanto os animais que habitam a região.
Fotos: Pantanal Oficial/ Arquivo
