
A Marinha do Brasil divulgou dados alarmantes sobre a altura do Rio Paraguai, indicando uma situação preocupante que remete aos tempos dos grandes incêndios de 2020. Segundo o boletim diário, os pontos de aferição em Forte Coimbra e Ladário revelam níveis significativamente mais baixos em comparação ao mesmo período há dois anos.
No Forte Coimbra, a água está atualmente 0,50 cm abaixo do nível normal, contrastando com os 0,86 m registrados em 15 de julho de 2020, uma diferença superior a 1 metro. Naquela época, o nível só se tornou negativo a partir de agosto, atingindo -50 cm apenas em setembro.
A queda abrupta também é evidente no ponto de aferição de Ladário, onde o nível está atualmente em 0,71 cm, em comparação aos 1,79 m registrados em 2020, uma diferença que também ultrapassa 1 metro. Em setembro daquele ano, o nível era de 0,70 cm.
A velocidade com que o nível vem diminuindo é motivo de grande preocupação, como destacado pela Ecoa. Imagens recentes da régua de medição no Porto Amolar, acima de Corumbá, mostram uma queda de 4 centímetros entre sexta-feira passada (12) e hoje (15), o equivalente a 1 centímetro por dia.
Desde 13 de maio, a Região Hidrográfica do Paraguai está em Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos, declarada pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), com vigência até 31 de outubro e possibilidade de prorrogação. A escassez é atribuída à falta de chuvas, impactando severamente o abastecimento humano em áreas como Cuiabá (MT) e Corumbá (MS). Além disso, a navegação, o aproveitamento hidrelétrico e atividades econômicas como pesca, turismo e lazer estão comprometidos.
Diretores da ANA alertam para os potenciais desdobramentos dessa crise, enfatizando que a situação pode se agravar se medidas emergenciais não forem adotadas. A redução dos níveis do Rio Paraguai antecipa um período crítico que pode afetar drasticamente diversas atividades econômicas e o bem-estar das populações ribeirinhas.