Em 2022, fogo atingiu mais de 10 mil hectares do Parque Nacional do Pantanal
Reprodução/Vídeo Corpo de Bombeiros
Os focos de incêndio registrados no Parque Nacional (Parna) do Pantanal Mato-grossense no final do ano atingiram mais de 10 mil hectares da Unidade de Conservação. O Parna está situado no sul do estado de Mato Grosso, quase na divisa com Mato Grosso do Sul.
“Tem chovido bastante na região e não houve detecção de focos de calor nos últimos três dias”, informou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio de nota enviada a ((o))eco. Conforme a última estimativa publicada pelo órgão, em 23 de dezembro, a área atingida pelo fogo no Parna foi de 10.733,49 hectares.
Em nota publicada no final de dezembro, o ICMBio disse que duas frentes de fogo estavam no Parna do Pantanal Mato-grossense. A primeira delas, que teve início em 10 de novembro, na parte norte do parque, a instituição informou ter sido originada por causas naturais. “O fogo está confinado por áreas [de] queimas e barreiras naturais. […] e em local de difícel acesso, mas já se encontra fora do parque”, disse, na época, trecho da nota.
Já a segunda frente, que teve início no dia 25 de novembro, já tinha sido controlada. “No entanto, brigadistas do ICMBio e cinco bombeiros militares do estado do Mato Grosso continuam abrindo linhas de defesa para proteger a sede e locais com inscrições rupestres na Baía do Burro”, informou o órgão, também em dezembro.
Diante da não detecção de focos de calor nos últimos dias, a instituição informou que as operações de combate ao fogo estão sendo encerradas. “Mas ainda assim equipes do parque continuam em vigilância”, afirmou.
Em 2022, 91 focos de incêndio foram registrados no Parna do Pantanal Mato-grossense, tendo todos sido registrados entre novembro, quando o fogo teria tido início, e 31 de dezembro. O número foi 30 vezes maior do que o registrado em 2021, que teve apenas três focos de incêndio. Já neste ano, até esta sexta-feira (6), foram registrados 2 focos de incêndio no Parna. Os números são do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Durante o combate realizado no final do ano passado, brigadistas do ICMBio e bombeiros enfrentaram uma luta diária contra o fogo de turfa, conforme noticiou o portal Campo Grande News. Esse tipo de fogo, que ocorre de forma subterrânea, é característico da região e ocorre, geralmente, após o período de seca e cheia do bioma, quando há o acúmulo de material orgânico resultante da decomposição vegetal.
