Em 37 anos, Pantanal perdeu 10% de sua vegetação nativa
Pantanal, uma das maiores áreas úmidas do mundo em extensão e uma das joias naturais de Mato Grosso do Sul, também enfrenta desafios gigantescos. Entre os anos de 1985 e 2022, o Pantanal de MS perdeu 10% de sua vegetação nativa, que equivale 1,5 milhões de hectares, conforme apontado pelos dados do MapBiomas.
“Estamos nos distanciando, em vez de nos aproximar do objetivo de proteger a vegetação nativa brasileira previsto no Código Florestal e do compromisso de zerar o desmatamento até o final desta década”, alerta Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas.
No período de 1985 a 2022, ocorreu uma perda de 96 milhões de hectares de vegetação nativa no Brasil, equivalente a 2,5 vezes a Alemanha. A proporção de vegetação nativa no território caiu de 75% para 64%.
Durante o período de 1985 a 2022, houve um notável avanço da agropecuária em todos os biomas brasileiros, exceto na Mata Atlântica. No Pantanal esse aumento foi de 5% para 15%. No Cerrado, a expansão foi significativa, ocupando agora metade do bioma (50%), em comparação com pouco mais de um terço (34%) em 1985.
Vale ressaltar que a área ocupada por atividades agropecuárias em todo o Brasil aumentou cerca de um quinto (22%) para um terço (33%) do território total. As pastagens avançaram em 61,4 milhões de hectares e a agricultura em 41,9 milhões de hectares entre 1985 e 2022.
Um dos dados mais alarmantes no estudo é o crescimento da cultura da soja, que se expandiu por todos os biomas. Ao longo do período de 1985 a 2022, a área cultivada com soja aumentou de 4,5 milhões de hectares para 39,4 milhões de hectares, equivalente a duas vezes o território do Paraná.
A soja avançou 18 milhões de hectares no Cerrado. No caso do Pantanal, a soja está mudando o perfil econômico do bioma, que historicamente sempre teve a pecuária sobre campos nativos como a principal atividade rural.
“O Pantanal e o Pampa são exemplos de biomas naturalmente aptos para a pecuária, pois seus campos são como pastagens naturais. Nos dois casos, o avanço da soja representa uma degradação do bioma”, alerta Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas. Fonte: CGNews