Tamanduá-bandeira redescoberto no Parque Estadual do Espinilho reacende alerta de conservação no Pampa

Imagem: Sema-RS

Um evento marcante sacudiu as notícias desta semana: o avistamento de um tamanduá-bandeira no Parque Estadual do Espinil, Rio Grande do Sul, após um intervalo de 130 anos desde o último registro da espécie no estado. Dois avistamentos foram registrados, suscitando a possibilidade de serem do mesmo indivíduo. Contudo, a identificação da presença da espécie é um marco significativo.

Curiosamente, esta descoberta coincide com as celebrações do Dia Nacional do Pampa, um bioma diverso que abriga milhares de espécies, mas enfrenta ameaças significativas devido ao avanço da agricultura. O Pampa, com menos de 3% de sua área protegida em unidades de conservação, está sob pressão considerável, inclusive nas áreas de proteção integral.

O Parque Estadual do Espinil, palco desse evento, é uma peça fundamental na conservação do Pampa e abriga espécies ameaçadas, como o cardeal-amarelo. No entanto, a presença da rodovia BR-472 no parque apresenta um risco iminente para a fauna local. Os conflitos entre tamanduás-bandeiras e rodovias são amplamente documentados, levantando a necessidade urgente de compreender os efeitos das estradas sobre a biodiversidade dessas áreas protegidas.

A falta de estudos sobre os impactos da BR-472 no Parque Estadual do Espinil ressalta a urgência de investigações para preservar não apenas o tamanduá-bandeira redescoberto, mas toda a rica diversidade dessa região. O chamado é claro: é crucial expandir o conhecimento sobre a biodiversidade dentro e fora das unidades de conservação, assim como compreender os impactos das rodovias nessas áreas para proteger nossa fauna e flora.