A onça-pintada conhecida como Patrícia alcançou um marco raro entre os grandes felinos do Pantanal: aos 13 anos de idade, permanece ativa em Mato Grosso. O animal, monitorado desde os primeiros anos de vida, é hoje referência para pesquisas sobre comportamento, longevidade e manejo de populações silvestres.
O registro é de Helena Aimée, pesquisadora do Jaguar Identification Project:
Com histórico de observação contínua pela equipe do Jaguar Identification Project, Patrícia se tornou um dos primeiros indivíduos a contribuir para a consolidação do turismo de observação de onças na região de Porto Jofre.
O registros captados por guias, pesquisadores e moradores, permitiu a construção de dados inéditos sobre movimentação, interação e estrutura familiar no bioma pantaneiro.
Nas últimas temporadas, sinais de envelhecimento se tornaram mais evidentes: redução da acuidade visual, menor mobilidade e mudanças nos padrões de deslocamento. Mesmo assim, sua presença continua sendo registrada em margens de rio, trilhas e áreas de mata densa, mantendo a relevância ecológica da espécie como predadora de topo e influenciadora do equilíbrio entre populações de presas.
O histórico de Patrícia também fortaleceu ações de engajamento local. A convivência com a onça incentivou comunidades ribeirinhas a participar de práticas voltadas à coexistência e à valorização do ecossistema. Iniciativas de guias e operadores de turismo adotaram o nome e a imagem do animal em campanhas educativas, roteiros turísticos e materiais de sensibilização ambiental.
Por fim, casos como de Patrícia ampliam o entendimento sobre a importância da conectividade entre áreas protegidas, qualidade de habitat e presença contínua de presas naturais. Assim, a trajetória da onça-pintada reforça o papel do monitoramento de longo prazo para políticas públicas de conservação da fauna brasileira.
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