Por Redação | Com informações de CBMMT
Em uma ação articulada entre diferentes órgãos estaduais, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) coordenou, nesta terça-feira (20), uma operação que resultou na identificação e autuação dos responsáveis por uma queima ilegal em uma área rural de Poconé, a 105 quilômetros de Cuiabá. A operação faz parte da Operação Infravermelho, iniciativa de prevenção e combate a incêndios florestais que reforça o compromisso do Estado com a tolerância zero a crimes ambientais.
A força-tarefa contou com o apoio da Polícia Militar, da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (DEMA) e da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Segundo o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel Rafael Ribeiro Marcondes, o foco da ação foi responsabilizar o proprietário da área atingida, situada nas proximidades do bioma Pantanal — uma das regiões mais sensíveis aos impactos do fogo.
“Como ainda estamos no período permitido para queima autorizada, cruzamos dados e identificamos focos em área sem autorização. A ação foi deliberada e configurou crime ambiental”, explicou o tenente-coronel.
Tentativa de burlar fiscalização do sistema de monitoramento
Ao chegarem ao local, equipes encontraram diversos amontoados de material combustível sendo queimados de forma fracionada, numa aparente tentativa de evitar a detecção por satélites. De acordo com o BEA, a prática buscava enganar os sistemas de monitoramento remoto e escapar da fiscalização.
“Foi uma tentativa clara de esconder os focos do monitoramento por satélite, mas o cruzamento de dados geoespaciais nos permitiu localizar rapidamente a área e agir com eficácia”, completou o comandante Marcondes.
A equipe tentou previamente notificar o proprietário da área sobre a necessidade de interromper a queima e adotar medidas de controle. No entanto, sem resposta ou ação do responsável, a fiscalização foi acionada.
No local, uma pessoa foi flagrada em flagrante realizando a queima ilegal e conduzida à Delegacia Especializada do Meio Ambiente (DEMA), em Cuiabá. O proprietário está intimado a prestar esclarecimentos. Ambos autuados administrativamente e responderão criminalmente, conforme o artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
Período proibitivo do uso do fogo já está em vigor no Pantanal
O flagrante ocorre em um momento crítico: o Governo de Mato Grosso já decretou, por meio do Decreto nº 1.403/2025, o início do período proibitivo de uso do fogo em áreas rurais. No Pantanal, a proibição começou em 1º de junho e se estende até 31 de dezembro. Para a Amazônia e o Cerrado, a restrição começa em 1º de julho e vai até 30 de novembro.
Durante esse período, todas as licenças para queima controlada emitidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) estão suspensas. A exceção se aplica apenas às queimadas executadas ou supervisionadas por órgãos públicos especializados no combate a incêndios florestais.
“O uso do fogo em áreas urbanas é proibido durante todo o ano. Ações integradas como essa visam garantir que crimes ambientais não fiquem impunes”, destacou o comandante Marcondes.
Tecnologia e integração como ferramentas contra o fogo ilegal
Por fim, a operação bem-sucedida em Poconé reforça a importância da Operação Infravermelho, que combina o monitoramento remoto com imagens de satélite, análises geoespaciais e atuação direta em campo. Assim, a iniciativa permite a identificação ágil de focos irregulares em todo o território estadual, reduzindo os danos ambientais e facilitando a responsabilização dos infratores.
“Somente com tecnologia e integração entre instituições conseguiremos coibir a ação de infratores e proteger nossos biomas. O Pantanal não pode esperar”, concluiu Marcondes.
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