O nível do Rio Paraguai segue em elevação e pode continuar subindo pelos próximos meses. Neste sábado (8), a régua de Ladário marcou 1,44 metro, apenas três centímetros abaixo do maior nível registrado no ano passado. Em 2023, o pico foi de 4,24 metros, e o rio transbordou nesta mesma época.
Mesmo com a alta, o nível do rio ainda se mantém cerca de 50 centímetros abaixo da média histórica para fevereiro, que é de 1,94 metro. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, os volumes de chuva em Mato Grosso podem impulsionar uma cheia nos próximos meses.
Indicativos de cheia no Pantanal
Os rios que abastecem o Pantanal demonstram aumento significativo de volume. Em Cáceres (MT), o nível do rio superou os três metros desde o início do ano e atingiu um pico de 4,54 metros. Neste sábado, a medição indicou 4,38 metros, cerca de 20 centímetros acima da média histórica para o período.

Desde 2018, quando a última grande cheia atingiu a região, Cáceres não registrava um volume tão alto nesta época do ano. No ano passado, o nível do rio permaneceu abaixo dos três metros durante os dois primeiros meses.
A situação em Cuiabá reforça essa tendência. Neste sábado, o nível do rio alcançou 5,12 metros, superando em 1,32 metro a média histórica para fevereiro. Em comparação ao mesmo período de 2024, o volume está 3,37 metros acima. Nos primeiros 39 dias de 2018, o nível do rio Cuiabá superou os quatro metros por apenas um dia. Em 2025, o rio permaneceu acima desse patamar por 32 dias, indicando que um grande volume de água pode alcançar o Pantanal nos próximos meses.
Impacto das hidrelétricas na vazão
A hidrelétrica do Manso tem controlado parte da vazão, influenciando o nível do rio. No início de janeiro, o reservatório operava com 52% da capacidade. Neste sábado, esse índice subiu para 87%. Durante janeiro, a entrada de água no reservatório chegou a 1,8 mil metros cúbicos por segundo, enquanto a liberação foi de apenas 81 metros cúbicos por segundo.
Nas últimas semanas, a vazão aumentou para 279 metros cúbicos, mas a entrada de água continua superior à saída. No dia 1º de fevereiro, entraram 1.004 metros cúbicos por segundo no reservatório, enquanto apenas 113 metros cúbicos foram liberados.
Contudo, essa retenção pode dificultar uma cheia expressiva no Pantanal, mas auxilia no controle do nível do rio em períodos de estiagem. No ano passado, quando o Rio Paraguai atingiu o menor nível em 124 anos, a liberação de água da represa ajudou a amenizar a situação.
Cenário nos rios Miranda e Aquidauana
Diferente do Rio Paraguai, o Rio Miranda apresenta um cenário preocupante. No dia 6 de fevereiro, a régua da cidade de Miranda registrou apenas 1,43 metro, enquanto a média para a época é de 4,7 metros. Para transbordar no Pantanal, o nível deveria ultrapassar seis metros, o que não ocorreu em nenhum momento deste ano.
O Rio Aquidauana também opera abaixo do esperado. Em 8 de fevereiro, a medição indicou 2,86 metros, enquanto a média histórica para a data é de 3,71 metros. No entanto, para atingir a cota de cheia, o rio precisa superar os sete metros, algo que ainda não aconteceu na atual temporada de chuvas.
Fonte: Respeitosamente, Correio do Estado.