Fotojornalista cria projeto de documentar o Pantanal por uma década
Nascido em Campo Grande antes da divisão de MS e MT, o fotojornalista José Medeiros, de 50 anos, presenciou diversas mudanças no Pantanal. É da maior área alagável do mundo que o profissional tira grande parte das histórias que conta para todo o País.
Em 2020, ano de pandemia e dos incêndios que consumiram quase um terço do Pantanal, o fotojornalista estava no bioma para gravar um filme que contaria como pantaneiros estavam lidando com àquela que mais tarde se tornaria uma crise sanitária mundial.
Além de registrar a agonia da maior tragédia ambiental da história recente do bioma, o fotojornalista também ajudou jornalistas de todo o país que, naquele ano, viajavam para documentar aquele episódio sem precedentes para a região.
Nesse cenário, que se agrava em 2021 diante de uma seca extrema, surgiu diante a ideia de documentar o Pantanal durante uma década, de 2020 a 2030, contou ele em entrevista a ((o))eco. O objetivo? Justamente legar para as futuras gerações um testemunho e um legado de como o bioma se comportou desde então.
“Eu estava fazendo aquela coisa do filme, e pense, vou fazer uma exposição fotográfica desse grande incêndio. Era para ser só uma exposição fotográfica dos incêndios, mas eu comecei a pensar, não posso ficar quieto. Por ser um mato-grossense, por ser um pantaneiro, por estar aqui, eu não posso deixar isso, alguém tem que fazer alguma coisa”. Aí, eu começo a documentar o Pantanal, lanço o Pantanal+10.
O objetivo de Medeiros é ver como o Pantanal vai se comportar depois dos incêndios. Eu não sei se recupera, vão ter as transformações porque muitas coisas foram extintas com esse grande incêndio, mas como vai ser isso agora daqui pra frente? Que Pantanal a gente espera? O trabalho é tentar trazer essas respostas”, disse ele.