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  • domingo, 28 de abril de 2024 - Campo Grande MS

Ambientalistas cobram ações urgentes da ONU para salvar o Pantanal

Foto: Iberê Périssé/Projeto Solos

A Ong Ecoa e a Associação Interamericana para a Defesa do Meio Ambiente (AIDA) enviaram um documento à ONU (Organização das Nações Unidas) informando sobre a situação crítica do Pantanal. Os grupos também cobram ações efetivas dos três países que têm o bioma em seus territórios.

De acordo com as entidades, o alerta apresenta uma série de ameaças para o Pantanal e o risco de colapso total da região caso o cenário não seja alterado.

A Ecoa – Ecologia e Ação é uma organização não governamental que surgiu em 1989, em Campo Grande, formada por um grupo de pesquisadores que atuam em diversos segmentos profissionais. Enquanto a AIDA, as iniciais de seu nome em francês, é uma instituição de cunho científico, sem fins lucrativos, e foi fundada em 28 de abril de 1960, em Luxemburgo, e está presente em 73 países atualmente.

O alerta à ONU foi enviado no fim de janeiro deste ano. O documento informa que o Pantanal, nos últimos anos, foi devastado por incêndios, secas, expansão agrícola pelo agronegócio e pecuária extensiva, além da construção de represas e hidrelétricas. “Esses fatores, em conjunto com políticas fracas e falta de colaboração entre países, destruíram milhões de hectares do bioma, com consequências diretas na saúde de todo o ecossistema”, afirma.

“Decidimos fazer esse alerta, expor a atual situação do Pantanal, porque enfrentamos um momento grave, de grande risco socioambiental, estamos próximos do ponto de não retorno. Agora, esperamos ter uma resposta por parte dos relatores da ONU. Iremos também apresentar o alerta para o Governo Federal, Ministério do Meio Ambiente e outras autoridades”, diz André Luiz Siqueira, diretor presidente da Ecoa.

Foto: Iberê Périssé / Projeto Solos

Alerta

De acordo com o relatório enviado à ONU, a intensificação das atividades resultantes da ação dos humanos, principalmente a pecuária, agroindústria e represas, têm gerado alterações sem precedentes no Pantanal nos últimos anos.

“Durante 2020, os incêndios devastaram mais de 4 milhões e 500 mil hectares, cerca de um terço da superfície pantaneira. Já 2022, mais de 123.000 hectares foram consumidos por incêndios, 26% a mais do que no mesmo período de 2021. Ao mesmo tempo, as secas aumentaram”, relatam a Ecoa e a Associação Interamericana para a Defesa do Meio Ambiente.

Os grupos afirmam que os incêndios têm causado a perda de florestas e da biodiversidade, agravando a crise climática. “Eles também afetam a saúde e o estilo de vida das comunidades próximas, destruindo suas casas e territórios, tornando-os mais suscetíveis a problemas de saúde, especialmente problemas respiratórios”, relatam.

A seca afeta especialmente as comunidades que dependem da pesca para alimentação e renda, sendo que cerca de 70% dos habitantes do Pantanal dependem da pesca como principal atividade para conseguir seu sustento. As mulheres que se dedicam à coleta artesanal de iscas para a pesca esportiva têm sido particularmente afetadas.

“As comunidades tradicionais da região também foram seriamente afetadas, pois o fogo atingiu todos os seus territórios, destruindo quase metade deles. Isso tem impacto no desenvolvimento de suas práticas culturais, já que para muitas comunidades pantaneiras a ligação com a terra tem papel fundamental”, dizem Ecoa e AIDA.


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