Pescadores salvam mais de 300 peixes sufocados em lamaçal no Rio Paraguai

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A seca extrema fez com que o nível do Rio Paraguai caísse para 89 centímetros em Porto Murtinho e deixasse os peixes sufocados

peixes sufocados
Reprodução/G1

Um grupo de pescadores tomou uma atitude heroica ao salvar mais de 300 peixes que estavam presos em um lamaçal no Rio Paraguai. O ato ocorreu na região da ilha de San Alberto, no Paraguai, próxima a Porto Murtinho (MS), e destacou a gravidade da seca severa que afeta a região.

A seca extrema fez com que o nível do Rio Paraguai caísse para 89 centímetros em Porto Murtinho, muito abaixo do normal para esta época do ano, que seria de cerca de 4,92 metros, conforme o último relatório do Serviço Geológico Brasileiro (SGB). A situação tem sido crítica, com o rio atingindo níveis historicamente baixos e comprometendo a navegabilidade e o abastecimento de água.

Dinho Barreiro, um pescador de 46 anos que participou da operação de resgate, relatou que ele e seus amigos encontraram os peixes sufocados em uma baía seca. Ao perceber a situação desesperadora, o grupo tentou contactar a Polícia Militar Ambiental (PMA) para assistência. No entanto, a PMA informou que não poderia intervir, já que o incidente ocorreu em território paraguaio. Sem outra opção, os pescadores decidiram agir por conta própria.

“Fomos por conta própria, nós viemos, chegamos lá e fizemos esse mutirão. Tinha muito peixe morto, deu dó. Nós fizemos o que deu para fazer, fizemos por conta própria, mas ajudamos”, contou Barreiro. O grupo utilizou baldes e criou uma valeta improvisada para permitir que os peixes nadassem de volta para áreas mais profundas do rio. A primeira equipe de resgate conseguiu salvar mais de 200 peixes da espécie pintado e cachara, enquanto a segunda equipe recuperou mais de 100. Cada balde utilizado transportava entre oito e dez peixes.

O impacto da seca no Rio Paraguai tem sido devastador. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) identificou vários pontos críticos no rio, afetando o transporte de mercadorias e o setor pesqueiro. A Marinha do Brasil, apesar de manter a navegação, impôs restrições como redução da carga e número de barcaças para garantir a segurança.

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) confirmou que o nível do rio em abril deste ano atingiu o pior valor histórico em algumas estações de monitoramento. A situação tem sido um desafio contínuo desde o início de 2024, afetando não apenas o ecossistema local, mas também as atividades econômicas e o abastecimento de água na região.

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