Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deram início a um estudo detalhado na bacia do Rio Formoso, em Bonito (Mato Grosso do Sul), com o objetivo de frear os impactos ambientais que ameaçam a integridade das águas cristalinas que tornaram o município famoso mundialmente.
A ação integra um convênio firmado entre o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, a Prefeitura de Bonito e a própria universidade. No entanto, os trabalhos de campo começaram nesta semana e devem se estender até junho de 2026, com foco na coleta de dados, análise da qualidade da água e definição de estratégias de conservação e uso sustentável da bacia hidrográfica.
Turvação e assoreamento preocupam especialistas
O estudo surge em meio a alertas recorrentes sobre o assoreamento de trechos do rio e episódios de turvamento das águas, fenômenos que comprometem não apenas o ecossistema, mas também o turismo local — principal motor da economia em Bonito.
Nesta fase inicial, os pesquisadores realizaram a caracterização de pontos estratégicos para monitoramento das águas superficiais e subterrâneas. Também foram feitas coletas físico-químicas e entrevistas com representantes do setor turístico, com o objetivo de compreender o fluxo de visitantes e o impacto da atividade sobre os atrativos naturais.
“Entender as pressões ambientais é fundamental para propor soluções técnicas e sustentáveis”, explicou um dos coordenadores da pesquisa.
Monitoramento em quatro etapas e foco na sustentabilidade
Nos próximos 12 meses, estão previstas quatro campanhas de monitoramento, cobrindo todas as estações do ano. O objetivo é mapear as variações sazonais e a dinâmica ambiental da bacia com precisão, permitindo a formulação de um diagnóstico ambiental robusto.
A pesquisa integra as ações do Grupo de Trabalho Institucional (GTI) da Bacia do Rio Formoso. Foi criado em dezembro de 2023 para desenvolver propostas concretas de recuperação, proteção e gestão dos recursos hídricos da região.
Assim, a iniciativa contempla três metas principais:
- Estudo hidrogeológico das nascentes e do banhado do Rio Formoso;
- Avaliação da qualidade da água ao longo da bacia, com foco em poluentes e indicadores ambientais;
- Análise da capacidade de suporte do ecossistema, especialmente em relação à pressão gerada pelo turismo.

Diretrizes futuras para conservação
Por fim, ao final do projeto, será apresentado um diagnóstico técnico completo da bacia. Juntamente com propostas de gestão ambiental, ações de mitigação e estratégias de conservação voltadas à manutenção da qualidade das águas e à preservação dos ecossistemas locais.
Fonte: Prefeitura de Bonito
PORTAL PANTANAL OFICIAL