Um flagrante impressionante de lobos-guarás (Chrysocyon brachyurus) no Pantanal Norte tem chamado atenção nas redes sociais e entre estudiosos da fauna brasileira. O registro é do Eduardo Falcão, responsável pela iniciativa Jaguar Ecological Reserve, que atua com ecoturismo e conservação da vida selvagem na região.
O lobo-guará é uma das espécies mais emblemáticas do Cerrado, mas também pode ser observado em áreas de transição com outros biomas, como o Pantanal. Com sua pelagem alaranjada, pernas longas e comportamento solitário, o animal é facilmente reconhecível — e, ao mesmo tempo, pouco visto devido à sua natureza discreta e hábitos crepusculares e noturnos.
Apesar de sua aparência imponente, o lobo-guará não é agressivo e se alimenta principalmente de frutas, pequenos vertebrados e insetos. Um de seus alimentos preferidos é a lobeira (Solanum lycocarpum), fruta típica do Cerrado que, inclusive, deu origem ao nome popular da espécie.
A espécie desempenha um papel fundamental no equilíbrio ecológico, atuando como dispersora de sementes e controladora de populações de pequenos animais. Contudo, o lobo-guará enfrenta diversas ameaças, como atropelamentos em estradas, perda de habitat e conflitos com seres humanos — fatores que contribuíram para seu status de “quase ameaçado” na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
O trabalho da Jaguar Ecological Reserve, por exemplo, alia turismo responsável à educação ambiental, aproximando visitantes da rica biodiversidade do Pantanal e contribuindo para sua preservação.