A intensificação das chuvas no Pantanal de Corumbá, em 2025, alterou o comportamento das onças-pintadas na região da Serra do Amolar. A elevação do nível do Rio Paraguai alagou extensas áreas de vegetação nativa e reduziu as zonas de caça tradicionais dos felinos. Como resultado, esses animais começaram a se aproximar com frequência das comunidades dos Ribeirinhos, como a da Barra do São Lourenço, localizada a cerca de 220 km de Corumbá(MS).
Onças-pintadas buscam alimento em áreas habitadas da Serra do Amolar
Segundo reportagem do Campo Grande News, os Ribeirinhos relatam que as onças têm predado cães e galinhas, deixando rastros de pegadas em quintais e até arranhões em paredes de residências. “Chegaram até a arranhar a parede de minha tapera, ficam me rodeando aqui. Outro dia, estava limpando uns peixes, elas sentiram o cheiro e vieram”, contou o morador Severo Xavier de Farias, de 60 anos.
A artesã Leonida de Souza, de 58 anos, relata que a presença dos felinos aumentou significativamente. “Elas chegaram mais perto de casa, estão famintas, agressivas. Outro dia, uma tentou subir na tela do galinheiro”, disse ao Campo Grande News. Ela afirma que 21 famílias convive com tensão constante e pede o apoio de autoridades e ONGs para o manejo adequado dos animais.
Mas apesar do temor provocado pelos felinos, os moradores reconhecem que as atuais condições hidrológicas reduzem outro risco crônico na região: os incêndios florestais. “Este ano está diferente, tem muita água aqui ao redor e o fogo vai ser menor”, afirmou Leonida.
Contudo, a presença de um posto do Prevfogo na região e a atuação de entidades como o Instituto Agwa indicam um cenário mais preparado para combater incêndios. No entanto, os relatos mostram que a convivência entre humanos e onças-pintadas precisa de ações urgentes de manejo, conservação e segurança.
Fonte: Campo Grande News
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