Características gerais
O Rio Taquari é um dos principais cursos d’água do Pantanal e tem papel essencial na dinâmica das cheias. Com cerca de 1.100 km de extensão, nasce na Serra de Maracaju, em Mato Grosso do Sul, e deságua no Rio Paraguai. Começa como um rio de planalto, mas se transforma em rio de planície ao entrar no Pantanal, o que altera significativamente sua velocidade e volume de água.
Nas últimas décadas, o Taquari passou por profundas alterações em sua paisagem. O assoreamento, causado por mudanças no uso do solo e pela perda de cobertura vegetal, reduziu seu leito original. Como consequência, o rio transborda com frequência, formando alagamentos permanentes em áreas que antes eram secas. Esses impactos afetam comunidades ribeirinhas, produtores locais e a biodiversidade da região. No entanto, muitas fazendas e áreas de uso comunitário foram parcial ou totalmente alagadas, alterando o modo de vida de centenas de famílias.
Importância ecológica e socioeconômica
Apesar das mudanças, o Taquari ainda abriga uma biodiversidade expressiva, com várias espécies de peixes, aves e mamíferos. Suas águas abastecem pessoas e animais, além de sustentar o modo de vida de comunidades tradicionais e pescadores artesanais. Espécies como o dourado, o pintado e a ariranha encontram nesse rio um habitat essencial para sua sobrevivência.
Além disso, o turismo de pesca, mesmo afetado pelo assoreamento, ainda movimenta a economia da região. Cidades ribeirinhas como Coxim e Corumbá atraem turistas em busca da pesca esportiva e de experiências em contato com a natureza. O rio também tem importância cultural: há registros de uso tradicional do Taquari por povos indígenas e comunidades quilombolas.
Contudo, o Taquari também serve como corredor ecológico, conectando áreas úmidas e promovendo o deslocamento de espécies entre diferentes partes do Pantanal. Durante o período de cheia, ele facilita a dispersão de sementes e a fertilização natural do solo, fenômenos essenciais à renovação da vegetação nativa.

Ações de conservação
Felizmente, algumas iniciativas vêm tentando reverter esse cenário. Projetos de recuperação de nascentes, contenção de erosão e reflorestamento são realizados por instituições como a Embrapa, SOS Pantanal e outras ONGs ambientais.
A colaboração entre produtores rurais, universidades e gestores públicos é fundamental para restaurar o equilíbrio ecológico do rio. Programas de educação ambiental e incentivos à adoção de boas práticas agrícolas ajudam a reduzir o impacto do escoamento superficial e da erosão do solo.
Ademais, monitoramentos constantes por satélites e drones também vêm sendo utilizados para mapear áreas críticas e orientar ações mais efetivas de contenção dos danos. Dessa forma, essas tecnologias permitem entender melhor o comportamento hidrológico do rio e planejar medidas de longo prazo. Assim também, iniciativas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) também vêm sendo estudadas como alternativa para valorizar a conservação em áreas privadas.
Referências
- Embrapa Pantanal
- SOS Pantanal
- ANA (Agência Nacional de Águas)
- Instituto SOS Taquari
- Observatório Pantanal
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