A área de supressão vegetal no bioma Pantanal registrou queda de 58,6% em 2024, segundo dados divulgados pelo sistema MapBiomas Alerta. O levantamento indica que a supressão passou de 56.304 hectares em 2023 para 23.295 hectares neste ano. Técnicos do MapBiomas apresentaram os dados na última quinta-feira (15), durante reunião em Brasília.
De acordo com o secretário adjunto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Artur Falcette, o resultado é combinação entre fiscalização, inovação tecnológica e novo regramento legal. “Viemos de uma sequência de novas regulamentações, começando com a Lei do Pantanal e depois toda a regulamentação que se seguiu. Isso tem um impacto bastante significativo nesse resultado”, explicou.
A atuação do Imasul no monitoramento via satélite também foi destacada. O sistema acompanha em tempo real alterações na cobertura vegetal, o que permite respostas rápidas da fiscalização. Além disso, a cobertura de 100% do território estadual fortalece as ações de controle ambiental.
A nova Lei do Pantanal
Sancionada no fim de 2023, determinou critérios mais rigorosos para a supressão da vegetação nativa. A norma exige aprovação no Cadastro Ambiental Rural, análise de impacto ambiental e impõe restrições a cultivos exóticos com fins comerciais. “No momento em que o Governo do Estado lança esse edital, estabelece os programas de pagamento de serviços ambientais, sinaliza com recursos para o produtor rural que preserva, é óbvio que a gente também tem uma indução na mudança do comportamento desse produtor”, afirmou Jaime Verruck, secretário da Semadesc.
A queda no desmatamento também refletiu nos demais biomas. O Pampa e o Cerrado apresentaram recuos expressivos, com reduções acima de 40%. A Amazônia e a Caatinga também registraram queda, embora em menor proporção. Enquanto isso, a Mata Atlântica se manteve estável após queda significativa no ano anterior.
Os dados indicam uma inflexão importante na tendência de desmatamento, especialmente no Pantanal, que vinha acumulando altas desde 2019. O relatório aponta que, pela primeira vez desde o início da série histórica, todos os biomas, com exceção da Mata Atlântica, apresentaram redução na área desmatada no mesmo período.
Fonte: SEMADESC/João Prestes
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