Uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) marcada em 2001 no litoral paulista reapareceu em 2025, já adulta, desovando na Praia da Quixabinha, em Fernando de Noronha (PE). O registro representa um marco na conservação marinha do Brasil e reforça a eficácia dos programas de monitoramento de longo prazo.
A Fundação Projeto Tamar registrou, pela primeira vez, uma tartaruga-verde marcada em área de alimentação sendo identificada, anos depois, em um local de reprodução.
Em janeiro de 2001, pescadores da Praia do Camburi, em Ubatuba (SP), capturaram o animal acidentalmente. Na ocasião, a tartaruga media 49 cm de carapaça, pesava 13 kg e, logo após a marcação com duas etiquetas metálicas, voltou ao mar.
Passadas mais de duas décadas, os pesquisadores reencontraram o mesmo animal. Desta vez, com 103 cm de comprimento, a tartaruga foi flagrada desovando na Praia da Quixabinha, em Fernando de Noronha (PE). Assim, o registro confirma a migração de longa distância e reforça a importância do monitoramento contínuo realizado em áreas costeiras brasileiras.
Monitoramento em Ubatuba alcança resultados inéditos
Desde 1991, o Projeto Tamar realiza ações de marcação e soltura em Ubatuba, com apoio direto dos pescadores da região. Mais de 12 mil tartarugas já foram marcadas no litoral norte paulista, consolidando a área como ponto estratégico de alimentação para juvenis da espécie.
De acordo com pesquisadores do Tamar, a recaptura do animal demonstra a durabilidade das marcas e a consistência metodológica adotada. A trajetória registrada amplia o entendimento sobre as rotas migratórias da tartaruga-verde, espécie que pode levar de 25 a 30 anos para alcançar a maturidade sexual.
Estudos indicam conexão entre regiões do Atlântico
Pesquisas genéticas revelam que Ubatuba abriga um estoque misto de tartarugas-verdes juvenis, provenientes de diferentes áreas do Atlântico Sul. Além disso, o recente reencontro com o animal em Fernando de Noronha oferece dados concretos sobre a interligação entre zonas de alimentação e reprodução, fundamentais para estratégias de conservação da espécie em nível nacional na fauna marinha.
Fonte e Foto: Projeto Tamar
PORTAL PANTANAL OFICIAL