
Sendo atualmente o único tamanduá-bandeira albino vivo no mundo, segundo especialistas. Alvin foi descoberto em agosto, em uma fazenda particular em Três Lagoas em Mato Grosso do Sul. O filhote monitorado por pesquisadores deve enfrentar desafios na fase adulta.
Em entrevista ao G1MS, os especialistas comentam que a atenção despertada por Alvin pode abrir os olhos da sociedade para um drama vivido pelos animais. O presidente e fundador do Icas (Instituto de Conservação de Animais Silvestres), Arnaud Desbiez, ressaltou a importância que a visibilidade trazida por Alvin pode ter para os tamanduás-bandeiras.
Alvin tem oito meses e foi descoberto em agosto. Desde então, ele é monitorado por meio de um colete por pesquisadores. O Icas esclarece que o colete é adaptado ao formato do corpo do animal.
Arnaud Desbiez, comenta que os tamanduás em geral são sensíveis a altas temperaturas. “A temperatura corporal deles é mais baixa. Por isso, quando faz muito calor, eles param de ser ativos e vão se refugiar na mata, na vegetação, que atua como proteção contra variações térmicas muito fortes”, detalha.
O mesmo ocorre quando as temperaturas caem bruscamente. “Essa proteção que a vegetação nativa oferece é fundamental para os tamanduás”, reforça. Para Alvin, isso é ainda mais essencial, visto que qualquer animal albino é muito sensível à luz.
A pelagem de coloração neutra, que mescla o cinza, com marrom e nuances de preto e branco garantem ao tamanduá-bandeira a possibilidade de se camuflar na natureza, principalmente nos períodos noturnos. Porém, Alvin não possui esta capacidade.
Alvin deve permanecer com a mãe por mais dois meses, aproximadamente, pois a fêmea costuma cuidar do filhote por até 10 meses. A partir daí, o único tamanduá albino do mundo terá que viver sozinho no Cerrado de Mato Grosso do Sul.
O futuro desperta curiosidade nos pesquisadores. “O que a gente quer ver agora é, quando ele ficar mais independente, como ele vai escolher o habitat, se ele vai escolher se proteger mais da luz, como vai ser a movimentação dele, essas são as perguntas que a gente tem com ele”, frisa o presidente do Icas.