Na Serra do Amolar, no coração do Pantanal sul-mato-grossense, câmeras de armadilhas fotográficas do Instituto Pantaneiro captaram um momento raro e inusitado: um bando de queixadas correndo em direção a uma onça-pintada, fazendo com que o felino fugisse.
A cena surpreendente
No dia 27 de junho, um macho de onça-pintada foi filmado emergindo da mata para um ponto de água bastante frequentado por diversas espécies. Momentos depois, um grupo de queixadas apareceu, correndo na mesma direção, provocando a retirada cautelosa do felino. O registro ocorreu em uma trilha que leva a uma área de abastecimento de água utilizada pela fauna local.
Comportamento coletivo para sobreviver
Esse tipo de interação evidencia uma estratégia defensiva conhecida como “mobbing”, na qual presas que vivem em grupo perseguem ou intimidam um predador até fazê-lo desistir ou recuar. Apesar de a onça-pintada ser considerada a predadora de topo da cadeia, o comportamento em grupo das queixadas é suficientemente eficaz para alterar essa dinâmica natural.
Implicações para a compreensão da fauna pantaneira
Registros como esse são extremamente valiosos para estudos comportamentais e de conservação. Eles revelam o papel das interações entre espécies na regulação dos ecossistemas e na sobrevivência das populações. Observar uma onça-pintada — geralmente solitária e dominante — recuar diante de um grupo é um lembrete de que o equilíbrio ecológico depende tanto da adaptação do predador como da capacidade de defesa de suas presas.
