Mesmo sendo o menor bioma brasileiro em extensão territorial, o Pantanal segue revelando surpresas da natureza. Uma nova espécie de serpente aquática, batizada como Helicops boitata, oficialmente descrita após ser encontrada por acaso em 2016 por um grupo de biólogos que fazia uma expedição científica pela região da Transpantaneira, em Mato Grosso.
Na ocasião, os pesquisadores observaram a serpente à distância, mas inicialmente não suspeitaram de sua raridade. No entanto, ao capturarem o animal para análise mais detalhada, perceberam que suas características não correspondiam a nenhuma espécie já catalogada. Foram dois anos de análises morfológicas e genéticas até a confirmação de que se tratava de uma espécie inédita para a ciência.

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A Helicops boitata apresenta coloração única, com dorso escuro em padrão de corrente e ventre alaranjado com manchas irregulares, o que motivou sua nomeação em homenagem ao Boitatá — figura do folclore brasileiro conhecida como a cobra de fogo que protege as florestas das queimadas.
O estudo publicado em 2019, envolveu dez especialistas, mas a espécie ainda é conhecida a partir de um único exemplar da serpente. Isso reforça a importância da preservação dos ambientes naturais e da pesquisa científica para o conhecimento da biodiversidade brasileira.
Vulnerabilidade devido as queimadas
A Helicops boitata é uma serpente aquática que ocupa exclusivamente as áreas inundáveis do Pantanal. Em 2020, pesquisadores encontraram apenas indivíduos mortos da cobra d’água e o fato levantou preocupação para o risco de desaparecimento da espécie.
Fonte: G1/MS