Associação em Três Lagoas transforma tamanduá em símbolo de apoio às mães de autistas
Foto: Geysel Rodrigues
No mês dedicado à conscientização sobre o autismo, em Três Lagoas, a 311 km de Campo Grande, mães de crianças e adolescentes com autismo uniram-se para formar uma associação. O objetivo é oferecer apoio mútuo e buscar direitos para seus filhos em suas jornadas de maternidade atípica.
A Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Três Lagoas adotou o tamanduá como mascote e símbolo de sua causa. Agora, este animal se transformou em adoráveis bichos de pelúcia produzidos pelas próprias mães artesãs. Cada um desses tamanduás tem um nome: a mãe é Duda Tremeterra, o filho é Raio de Luz e a filha é Alba.
Joelma Mendes Pedroso, uma das artesãs e mãe de autista, explica a escolha do tamanduá como símbolo. Ela compara a vida solitária do tamanduá com a experiência muitas vezes isolada vivida por pessoas autistas. “Assim como o tamanduá vive principalmente com sua mãe e seu filhote, as pessoas autistas muitas vezes estão isoladas, e suas mães carregam-nos em suas vidas como se fossem nas costas”, afirma em entrevista ao Primeira Página MS.
A ideia para os tamanduás de pelúcia surgiu em um sonho de Joelma, e ela começou a produzi-los há cerca de um ano e meio. Priscila Keila de Mendonça, intérprete de Libras e mãe de autista, também se juntou ao grupo para auxiliar na confecção das peças. “Sempre fiz crochê e outros artesanatos como hobby, mas agora estou aprendendo mais para fazer parte deste movimento da associação”, diz Priscila.
Os tamanduás de pelúcia não são apenas objetos de arte; eles têm um propósito maior. Eles são uma forma de chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas mães e pelos filhos autistas no dia a dia. Juliano Júnior Valério, filho de Joelma, de 16 anos, também se envolve no projeto, ajudando na confecção dos tamanduás. Ele expressa sua admiração pela mãe e o prazer em participar: “É uma grande ajuda no museu das mãos. Eu me vejo trabalhando, mas ainda não sei bem em quê. Tem tantas coisas legais que nem sei o que farei”, diz Juliano.
A iniciativa da AMA de Três Lagoas não só apoia as mães de autistas, mas também educa a comunidade sobre o autismo e promove a inclusão e o entendimento sobre essa condição.
