“No Rastro da Lua Cheia”: Almir Sater eterniza o sertão como espelho do tempo e da alma

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almir sater

🎶 Música que transforma paisagem rural em filosofia de vida

Almir Sater, com sua viola inconfundível e letras carregadas de sentimento, transforma memória em melodia em No Rastro da Lua Cheia. A música mergulha o ouvinte em um universo de águas cristalinas, céu cor de anil e vento que conduz a infância, como se o tempo se deixasse guiar por cavalos invisíveis no campo.

Sertão vivo: memória que escorre como rio

Logo nos primeiros versos, o artista resgata a paisagem do quintal de casa, onde um rio pequeno representa a infância que escapa rápido, mas deixa marcas profundas. O rio “ligeiro, escorregadio” simboliza o tempo — fluido, irrecuperável e, ao mesmo tempo, eterno no coração de quem viveu esse Brasil profundo.

Enquanto descreve a água que “dava pra ver o chão”, Almir narra mais do que geografia. Ele fala da transparência das memórias e do quanto o sertão é o cenário mais honesto do Brasil real.

Tempo, vento e destino: forças que moldam a vida

Com maestria, Almir conduz a canção por um ciclo que reflete a própria existência: o vento “pastoreando as nuvens” não é apenas um detalhe natural — é o tempo em movimento, carregando sonhos, dores e a poeira dos caminhos trilhados.

O tempo, aliás, é o fio condutor da canção. Ele “faz e desfaz”, assim como o vento tira o chapéu e sacode lembranças. É nesse embalo que o artista nos lembra: tudo passa, mas tudo permanece em algum canto da alma.

Da canoa ao navio: cada vida tem seu curso

A metáfora dos rios, já no fim da música, ganha peso filosófico. A vida vem lá de longe, como um fluxo contínuo, ora sereno, ora revolto. Para os pequenos riachos, a canoa. Para os grandes rios, os navios. Cada um segue seu destino, traçado pela força da correnteza e pelas escolhas — ou pela vontade de Deus.

E é exatamente nesse “rastro da lua cheia” que a travessia acontece. A lua não ilumina apenas caminhos físicos, mas trilhas existenciais, guiando cada ser à sua jornada pessoal, seja no campo ou na cidade, no silêncio ou na multidão.

Um sertão que não se esquece

No Rastro da Lua Cheia não é só uma canção. É um convite à contemplação, à introspecção e ao reencontro com o Brasil interior que pulsa longe das capitais. Almir Sater entrega, em versos e acordes, um retrato lírico do país que vive na memória de quem já sentiu o cheiro de mato molhado e o barulho do rio cortando a mata.

Escute essa poesia no canal do youtube do cantor:

Foto Destaque: Almir Sater/TV Cultura

Portal Pantanal Oficial

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