Oceanário de Lisboa - (Foto: Patrícia Silva)
Pesquisadores do Instituto Técnico de Lisboa (Técnico) recentemente descobriram uma nova espécie de bactéria simbiótica nos corais do Oceanário de Lisboa. Nomeada Endozoicomonas lisbonensis, essa bactéria possui uma característica única que pode transformar a proteção de ecossistemas marinhos. Ela é capaz de reduzir nitratos a nitritos, um passo essencial no ciclo do nitrogênio, o qual é crucial para a saúde dos corais e dos ecossistemas oceânicos. Portanto, a descoberta pode ter um grande impacto.
A Endozoicomonas lisbonensis prospera em ambientes salinos, sendo capaz de viver tanto com oxigênio quanto sem. Consequentemente, essa característica torna a bactéria adaptável a várias condições marinhas. Sem a presença dessa bactéria, os corais poderiam ter mais dificuldades para se manter saudáveis e sobreviver. Assim, ela contribui de forma significativa para o equilíbrio do ecossistema marinho.
Papel da Bactéria na Degradação de Quitina
Além disso, a bactéria tem a capacidade de degradar hidratos de carbono complexos, como celulose, xilano e quitina. Dado que os corais se alimentam de quitina, isso sugere que a bactéria desempenha um papel importante no fornecimento de nutrientes para os corais. A pesquisa também explora como a quitina pode ajudar na comunicação entre a bactéria e o coral, além de fortalecer a defesa contra patógenos fúngicos. Em outras palavras, essa bactéria pode promover a saúde e a resistência dos corais.
Potencial Biotecnológico da Descoberta
Em termos de biotecnologia, a bactéria também pode ser valiosa para a reciclagem de resíduos da indústria marinha. A capacidade da Endozoicomonas lisbonensis de degradar quitina pode levar à descoberta de novas enzimas. Tais enzimas podem ser úteis para reutilizar resíduos, como os provenientes da indústria de mariscos. Dessa forma, a pesquisa oferece novas oportunidades para a biotecnologia sustentável.
O Oceanário de Lisboa é um dos maiores aquários internos de água salgada do mundo e uma das principais atrações turísticas de Portugal
Localizado no Parque das Nações, em Lisboa, o oceanário foi projetado pelo arquiteto norte-americano Rem Koolhaas e inaugurado em 1998, durante a Exposição Mundial de Lisboa (Expo 98), que teve como tema “Os oceanos, um património para o futuro”.
O Oceanário abriga uma vasta diversidade de vida marinha, incluindo peixes, tubarões, raias, aves marinhas e mamíferos marinhos, todos distribuídos em grandes tanques que simulam diferentes ecossistemas oceânicos. O destaque vai para o tanque central, que é um dos maiores do mundo, com cerca de 5 milhões de litros de água e uma grande variedade de espécies marinhas.
Também desempenha um papel importante na pesquisa científica e conservação dos oceanos. Ele realiza várias iniciativas e programas de sensibilização sobre a importância da preservação dos ecossistemas marinhos e da biodiversidade oceânica.
Créditos: Vídeo enviado ao Pantanal Oficial, com registro realizado por Patrícia Silva, diretamente de Lisboa.
Contribuição para a Conservação dos Ecossistemas Marinhos
Com o apoio do projeto Biobanco Azul Português, financiado pela agenda mobilizadora PRR Pacto da Bioeconomia Azul, essa pesquisa promete ampliar o entendimento sobre os ecossistemas marinhos. Especialistas afirmam que o trabalho não só ajudará a desenvolver soluções mais eficazes para a preservação dos corais, como também contribui para a sustentabilidade ambiental a longo prazo.
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