Uma onça, resgatada durante as queimadas no Pantanal, em novembro de 2020, foi solta nesta quinta-feira (21), na Serra do Amolar, exatamente na mesma região em que foi encontrada. Agora, com 87 quilos e recuperada, a onça macho volta ao habitat natural. O retorno à natureza será acompanhado por meio de uma coleira que contém bateria e chip que a cada hora emite um sinal, capturado pelo satélite e retransmitido ao software de monitoramento.

O animal chegou no centro de reabilitação de Animais Silvestres (Cras) no dia 4 de novembro de 2020, com diversas queimaduras, principalmente nas patas (veja fotos abaixo). O felino conhecido como “Onça Joujou”, foi cuidada por cerca de dois meses e meio após ser resgatada dos incêndios que destruíram mais de 4 milhões de hectares do bioma.

O retorno à natureza

Para chegar até à Serra do Amolar, 405 km de Campo Grande, o retorno do animal passou por terra, água e ar. O transporte foi realizado com a aeronave força Aérea brasileira (FAB) até o local. O voo teve 1h30 de duração. Para chegar ao local exato, a equipe navegou em uma embarcação por 10 minutos. Após chegar no local, o grupo esperou por mais de uma hora, até a onça que estava dormindo, acordar.
Todo o procedimento teve a participação de 15 pessoas de apoio. Após a longa viagem e horas de espera, a onça, em passos lentos, seguiu à dentro pela mata da Serra do Amolar.
A conselheira do conselho regional de Medicina Veterinária (CRMV), Gisele Bandeira, explicou sobre a proposta de deixar a onça no mesmo local onde foi resgatada é importante para seu restabelecimento.
“A informação que recebemos é que o processo de soltura é mais estressante ao animal do que a captura, já que antes ela estava debilitada, pedindo ajuda. Agora ela volta para seu habitat depois de dois meses, por isso existe um estresse, quanto mais longe de casa ela fica, pior para o retorno”.
Segundo o presidente do Instituto Homem Pantaneiro, coronel Angelo Rabelo, o momento é de reflexão sobre todas as etapas de apoio à fauna afetada. “Esta soltura é importante porque é uma espécie ameaçada, além de estar no topo da cadeia, sendo importante para a biodiversidade da Serra do Amolar. Conseguimos por meio de doação a compra do colar no valor de 1,3 mil dólares, importado dos Estados Unidos, que vai fazer o monitoramento da onça”.
Monitoramento do animal
O médico veterinário do IHP, Diego Viana, e coordenador do projeto Felinos Pantaneiros, antes de ser solta, a onça receberá um colar com sinal GPS e VHF. Conforme Viana, com o colar, a equipe do Instituto irá monitorar a eficácia da reintrodução do animal na natureza, a partir de análises do padrão de movimentação do animal.
“Será a primeira vez que um processo completo de resgate em situações de incêndios, tratamento e soltura, será monitorado dessa maneira no estado, o que colocará Mato Grosso do Sul como referência para a ciência e conservação no Brasil e no Mundo”, explica.
Queimadas no Pantanal
Os incêndios florestas destruíram em 2020 no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, 1,250 milhão de hectares, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A área, é oito vezes maior do que o tamanho da cidade de São Paulo, que tem aproximadamente 152 mil hectares (segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE).
O Ibama aponta que a área do bioma atingida pelo fogo neste ano já é quatro vezes maior do que a extensão afetada no ano passado, que chegou a aproximadamente 300 mil hectares.

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Acho fantástico esse trabalhos dos biólogos , veterinários e todos que acompanha a evolução do animal principalmente a onça tenhos priminhos das onça aqui em casa digo isso porque gatos tem humores diferente uns dos outros alguns são muito carinhos mas tem gatos que arranca a pele da gente mas amos do mesmo jeito já tive em lar temporário 22 gatos foram todos castrado pelo CCZ e adotados por famílias responsáveis com chip eu hoje só tenho 4 meus estão velhos