Parque do Pantanal do Rio Negro vira referência nacional na geração de créditos ambientais

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O Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEPRN), em Mato Grosso do Sul, desponta como modelo nacional para geração de créditos ambientais, com foco em soluções inovadoras de conservação e financiamento sustentável. A conclusão veio de um estudo de viabilidade coordenado pela Wetlands International Brasil e pela Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal), em parceria com o Imasul e com apoio da Semadesc.

A pesquisa identificou o alto potencial do parque para gerar créditos de carbono e, principalmente, créditos de biodiversidade, por meio de metodologias como desmatamento evitado (REDD) e manejo integrado do fogo (MIF). Esta última, ainda pouco difundida no Brasil, já apresenta bons resultados na Austrália e em países africanos. Mas é possível que seja aptada ao contexto pantaneiro com sucesso.

“Essa é uma oportunidade real de transformar ativos ambientais em benefícios concretos para o Estado”, afirma Jaime Verruck, secretário da Semadesc.

Conservação com retorno financeiro

O estudo mostra que os créditos ambientais gerados pelo PEPRN podem garantir financiamento contínuo para a gestão da unidade de conservação, promovendo a proteção dos ecossistemas e a sustentabilidade financeira da área protegida.

Para Artur Falcette, secretário-adjunto da Semadesc, a iniciativa é um marco:

“Ela une ciência, governança e inovação, criando um modelo replicável de sustentabilidade para o Brasil inteiro.”

Segundo André Borges, diretor-presidente do Imasul, a escolha pelo PEPRN foi fundamental:

“Tentamos iniciativas similares antes, mas foi com o foco neste parque que o projeto realmente ganhou corpo e consistência.”

O estudo aprofundou as condições legais e de governança necessárias para a implementação dos créditos. Com o apoio da Gerência de Unidades de Conservação do Imasul e de consultorias jurídicas especializadas.

“Precisávamos entender juridicamente como operar esses projetos e definir quem toma decisões e como priorizar ações”, explica Letícia Larcher, coordenadora da pesquisa.

O relatório técnico apresenta análises de risco, potencial de retorno, e um plano estratégico de ação para viabilizar os projetos com segurança jurídica e eficiência administrativa.

Testes práticos e foco na biodiversidade

O projeto testou metodologias reconhecidas internacionalmente, como as da Verra (VM0048 e VM0047), e comprovou o potencial do manejo integrado do fogo, especialmente se aplicado em zonas de amortecimento.

Além disso, o estudo valoriza os créditos de biodiversidade — uma inovação alinhada com os critérios da Biodiversity Credit Alliance (2024). Foram analisados a qualidade do habitat, o estado de espécies-chave, e implantado um sistema de monitoramento contínuo.

Incluídos levantamentos:

  • flora e fauna, biomassa, estoque de carbono e comparativos de incêndios de 2013 a 2024, revelando tendências importantes para a gestão do fogo.

Compromisso com a neutralidade de carbono

Por fim, a iniciativa está alinhada ao compromisso do estado com a neutralidade de carbono até 2030. Mais do que uma solução local, ela pode ser replicada em outras unidades de conservação, como o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari.

Dessa forma, com base técnica robusta, articulação entre instituições e estratégias adaptadas ao contexto do Pantanal, o PEPRN se consolida como exemplo de inovação ambiental no Brasil, unindo conservação, valorização de serviços ecossistêmicos e desenvolvimento sustentável.

Fonte: Comunicação Imasul

PORTAL PANTANAL OFICIAL

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